“É simples!...Se me pagassem bem, tivesse um chefe porreiro e uma mulher que me recebesse de braços abertos, aí sim, acordava satisfeito e a transbordar energia!” Este é o relato habitual, de quem sente o desânimo de não receber dos demais aquilo que supostamente merece. Em suma, aparentemente dependemos de incentivos externos para levarmos a vida prá frente. Por uma questão de coerência, seria então de esperar que não nos esquecêssemos de manifestar apreço pelo policia que nos protege ou pela “mãe que nos cozinha”. Será que o fazemos? Se a resposta for negativa, apenas colhemos o que semeamos!… Por outras palavras, se não gostas do que recebes, antes demais, pensa bem no que andas a oferecer! Até porque, o cuidado que apregoamos ter pelos outros, não raramente, apenas esconde um certo egoísmo. Como revela aquele episódio, em que o marido vai com a mulher ao nutricionista, para a ajudar a perder uns pneuzitos e ao qual o especialista sugere “se a puser a andar, 5 kms por dia, fica tudo resolvido.” Ao que o homem retorquiu, “boa doutor, contas feitas, daqui a um mês, ela estará a 150 quilómetros de casa!”
Vamos dar a volta ao texto! Isto é, temos de encontrar no interior, a força que procurávamos lá fora. Única forma de controlarmos a existência e surpreender o futuro. Pare de se queixar da escuridão e toca a acender uma vela! Não congemine cenários trágicos, crie momentos mágicos! Vitalidade e fulgor, temos de sobra! Já nascemos curiosos, vibrantes e motivados. Basta ver o entusiasmo que um puto põe em tudo que faz. O que acontece é que lhe vamos tirando a pica, “educando” pela negativa, insistindo para que esteja quieto e não invente. O mesmo ocorre no trabalho, onde a malta chega repleta de ideias e …“para pensar já cá estou eu!” Deste modo, para não irmos abaixo, temos de ser resilientes, palavra bonita, para descrever a persistência com que combatemos a adversidade. Em bom rigor, como diria Joe Lewis, “não importa quantas vezes me atiram ao chão, mas o número de vezes que me levanto!” Também dá jeito ter objetivos, pois quem não tem rumo, nunca terá o vento de feição, sendo que a maioria das pessoas não planeia fracassar, simplesmente fracassa porque não planeia.
Mais do que questionar de onde viemos, importa saber para onde vamos! Há que ter uma meta, mas é essencial desfrutar do caminho para lá chegar. Experimente o gozo da descoberta, perdendo a noção do espaço e do tempo, enquanto flutua suavemente pelo prazer que o absorve. A este estado, quase de êxtase e de sintonia perfeita entre as exigências da tarefa e as competências que temos, dá-se o nome de flow. Já todos o experimentamos, por exemplo, quando nos apaixonamos como se nunca tivéssemos sido magoados e nessa noite dançamos como se ninguém nos visse. Neste caso, rasgamos como doidos, mas não sentimos fadiga. Claro, quem corre por gosto, não cansa! Sublinhe-se aqui, a relevância da harmonia relacional. Muito diferente do sucedido com aquela senhora que foi ao restaurante com uma colega. Esta, no fim da refeição, puxou de um cigarro. Indignada, a lady exclamou, “preferia o adultério, do que fumar aqui!” Ao que a amiga respondeu, “também eu, mas só temos uma hora para o almoço!...”
Pôr uma vontade indomável ao serviço de um desígnio maior, é sempre bem mais auspicioso do que se apenas colocarmos a cenoura à frente do burro. Até porque, se assim não fosse, estaríamos a reduzir a condição humana ao nível do que observamos na besta. Parece lógico, ou estão a ver um vegetariano a trabalhar radiante numa fábrica de enchidos?!... Moral da história, encontre a sua veia e dê sangue aos seus sonhos! Porém, para os alcançar, já não basta vestir a camisola, temos mesmo de a transpirar! Esta é a diferença entre a simples motivação e o absoluto comprometimento. Caso contrário, corre o risco de fazer da vida um mero rascunho, quando a devia passar a limpo! Apenas com determinação, poderemos desenhar o destino. Doutro modo, estaremos condenados a engolir o amargo sabor da desilusão, pois pior do que querer e não poder, é poder e não querer! Em síntese, há que dar da perna, praticando a máxima com que o grande Shakespeare nos brindou um dia, “planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares alguém que te traga flores!”